Tendências da tecnologia para o mercado financeiro até 2030 – Como se preparar?

Rogério Marques

07 janeiro 2019 - 13:15 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:44

Gráfico com variações sendo exibido com homem realizando anotações em segundo plano

A transformação digital está chegando para todos os setores. A indústria de serviços financeiros precisa acompanhar as tendências do mercado e oferecer produtos diferenciados para os clientes. Os jovens já não buscam mais as propostas tradicionais, pois eles têm outra maneira de olhar para os investimentos.

A KPMG realizou o estudo “30 vozes em 2030 – o futuro dos serviços financeiros” com 30 líderes globais desse setor. A avaliação concluiu que será preciso personalizar o atendimento e reforçar o uso da tecnologia para o mercado financeiro. A seguir, preparamos uma curadoria desse estudo para você conferir quais são as principais tendências daqui para frente. Acompanhe:

1. Colaboração entre serviços

A primeira descoberta do estudo foi sobre a interconexão e colaboração entre setores e serviços. Os dados coletados pelas ferramentas tecnológicas serão capazes de promover uma verdadeira transformação digital no ramo financeiro. Esse será o “coração” da área.

Até 2030, o serviço financeiro será muito mais conectado. Um exemplo de como esse modelo funciona pode ser percebido no uso do Uber. Quando um passageiro solicita o serviço e faz a viagem, ele não pensa que está interagindo com o mundo das finanças. A verdade é que está. Ao confirmar a corrida, o valor é cobrado diretamente na conta do usuário.

Muitas organizações estão tentando se conectar melhor aos dados da aposentadoria. O problema é que os governos ainda não querem liberar essas informações. No futuro, a perspectiva é que as pessoas possam fazer escolhas melhores para criar uma jornada mais eficaz para se aposentarem com mais conforto.

Para tanto, muitos modelos de negócio precisarão mudar nos próximos anos (e rápido!). Ao compreender isso, os gestores conseguirão pensar melhor sobre as diferentes maneiras de utilizar e manipular os dados no futuro. Isso criará um ecossistema de colaboração entre parceiros.

Haverá, então, equipes preocupadas em utilizar as informações coletadas para tomar decisões mais inteligentes, oportunizando o crescimento do negócio.

2. Dados como a nova moeda

Partindo do pressuposto anterior, os dados serão tão (ou mais valiosos) que o dinheiro propriamente dito. Afinal, as informações serão a moeda de troca. Portanto, os profissionais com capacidade de criar uma análise crítica sobre as situações terão um imenso valor para o mercado.

A transformação digital permitirá que os bancos estejam aptos a propor soluções diferenciadas para cada perfil de cliente.

Mas não será tão simples assim. Os clientes também perceberão como suas informações são importantes para as empresas e exigirão benefícios em troca do compartilhamento de dados. Isso exigirá uma relação de confiança entre o consumidor, a instituição financeira e a oferta de um serviço que atenda às suas expectativas.

Um modelo de inovação que está provocando  essa ruptura é o blockchain, que funciona por meio de contratos inteligentes ou programas de fidelidade. Ele passará por uma evolução ao ponto de se tornar uma ferramenta sólida.

3. Tecnologia para o mercado financeiro

Não será possível ter sucesso no mundo financeiro sem o uso da tecnologia. A transformação digital já está acontecendo com a criação dos chatbots para substituir a relação entre as empresas e os clientes.

Os robôs inteligentes substituirão alguns serviços dos seres humanos, como o esclarecimento de dúvidas simples sobre o negócio. Em contrapartida, as pessoas poderão utilizar os dados para criar produtos inovadores e desenvolver estratégias para atrair consumidores.

Se as grandes empresas financeiras não mudarem o comportamento rapidamente, as fintechs irão substituí-las.

4. Maior confiabilidade nos serviços

As organizações financeiras que vão liderar o mercado serão aquelas que conseguem olhar para o cliente com atenção e de maneira inclusiva. Isso contribui para criar uma relação de confiança mútua.

A regulação de serviços será focada nas atividades e resultados, e não apenas nos produtos. Também será fortalecido o uso da identidade digital para dar mais agilidade aos procedimentos financeiros.

5. Preocupação com a qualidade

Os consumidores promoverão uma redefinição nos serviços prestados. A tendência é de personalização de ofertas para o cliente conquistar seus objetivos. Serão caracterizados como bons  serviços: a segurança robusta no uso da tecnologia para o mercado financeiro, a rapidez no acesso às informações e a automação dos processos.

Exemplo de sucesso

As mudanças já estão acontecendo. Um exemplo claro é o surgimento de diversos bancos digitais, que agitaram o mercado financeiro desde o momento da sua criação.

A facilidade já pode ser percebida pelo cliente que tenta abrir uma conta. O processo  funciona por meio de uma plataforma 100% digital, diminuindo muito a burocracia. A interface também é amigável e o atendimento é ágil e personalizado. O consumidor consegue acompanhar os gastos e antecipar o pagamento de faturas. Para complementar, muitos bancos digitais não cobram anuidade para o uso do cartão de crédito.

Esse modelo de negócio conseguiu romper com o modelo dos bancos tradicionais e fez com que as demais instituições precisassem modernizar um pouco os seus serviços, por meio da criação de aplicativos para acompanhamento dos gastos e a oferta de contas digitais.

6. Operacionalidade dos serviços financeiros

A transformação digital mudará muito o perfil de contratação de profissionais. Menos pessoas serão contratadas para desempenhar as atividades. Em contrapartida, elas receberão salários maiores.

As ferramentas de automação diminuirão em quase 100% os trabalhos manuais. Com a aceleração das soluções de automação e inteligência artificial, a força de trabalho será voltada para o recrutamento de pessoas com diferentes habilidades para que a organização conquiste uma vantagem competitiva. Haverá ainda uma mão de obra flexível por meio da criação de parcerias externas, como os inovadores e empreendedores.

Além disso, as empresas vão operar em nuvem e as equipes de TI farão o acompanhamento e o gerenciamento das funcionalidades dos sistemas. Isso propiciará a mudança de processos, erradicando as intervenções manuais das informações.

Como você pode perceber, a tecnologia para o mercado financeiro promete mudar as relações entre os clientes e as instituições bancárias. As corretoras do futuro já estão se adaptando a essas mudanças e investindo em soluções que vão além da abertura de conta digital.

Quer saber mais sobre essa tendência? Confira o artigo que mostra os principais exemplos de ferramentas digitais!

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