Renovação digital: a chave para as corretoras tradicionais

Rogério Marques

08 março 2018 - 14:38 | Atualizado em 12 abril 2023 - 19:04

Homem com trajes sociais em escritório

Com a recuperação dos ativos brasileiros e a baixa da Selic, o mercado financeiro está passando por transformações. Segundo notícia publicada no dia 7 de março, pelo Valor Econômico, as corretoras da velha guarda estão desengavetando os investimentos em tecnologia e marketing digital para prover plataformas completas de investimentos.

São variadas as razões que levam a este cenário, investimentos milionários ocorridos na XP, Guide e Easynvest incentivam a adesão das demais corretoras no mundo digital. Além disso, temos ainda o fato da economia ser cíclica e estarmos nos recuperando de um período difícil. A baixa da Selic também tende esquentar o nicho de negociação em ações, importante negócio das tradicionais corretoras.

Há ainda uma demanda reprimida para o consumo de tecnologia na indústria de mercado de capitais e melhor experiência do usuário. Os clientes têm tido acesso a mais informação, podendo comparar produtos de diversas instituições financeiras, além do fato de estarmos nos deparando com uma sociedade habituada com novos padrões de usabilidade, User Experience e canais digitais. Os clientes querem preços justos, ambiente amigável e possibilidade de escolher quais produtos deseja investir: renda variável, renda fixa, fundos, tesouro direto e diversos outros.

Frente a este novo cenário, convidamos alguns dos especialistas da Cedro para opinarem sobre o atual momento:

“As corretoras de ações e futuros entenderam que embora o atendimento a clientes institucionais gere receita e caixa, o maior valor da companhia está no varejo. Foi por este motivo que Guide, Easy e XP tiveram evaluations bem sucedidos. Desta maneira, desde 2016 temos apostado na transformação do mercado de capitais por meio de Fintechs, APIs e transformação digital. ” Leonardo dos Reis Vilela – CEO 

 

 

“Estamos vivenciando um momento em que é preciso ter um olhar para dentro de casa, ou seja, estamos falando de uma segunda fase da transformação digital, em que eficiência operacional, de processos e o backoffice como um todo precisam estar alinhados com o negócio. Além disso, é preciso admitir que estamos perante uma sociedade que nasceu e cresceu acostumada com as facilidades impostos pelos gigantes de tecnologia como Apple, Google e Microsoft. Estes consumidores não exigirão nada menos de seus serviços financeiros. Para isso, é preciso garantir uma experiência única  e inovadora ao cliente, que fuja dos padrões mais conhecidos e tradicionais.” Bruno Zago – Diretor comercial

 

“Para lidar com essas mudanças, as corretoras precisam se reinventar rapidamente, buscando tecnologias capazes de manter as suas identidades e trazer a velocidade exigida pelo mercado. Para atingirem esse objetivo, precisam contar com parceiros especializados, que garantam essa evolução tecnológica e sejam capazes de colocá-las rapidamente dentro do plano previsto, tornando-a competitiva neste novo cenário.” Rogério Martins – Head de soluções de TI para o mercado financeiro

 

“A inteligência artificial deve andar junto à renovação digital. Um dos grandes objetivos de ambos é justamente facilitar a vida do cliente. Nesse sentido, o chatbot é uma ferramenta que vem ganhando relevância cada vez maior e que pode ser um grande aliado às corretoras que optaram pela renovação. Já existem em alguns países corretoras de valores que publicaram chatbot no Messenger do Facebook possibilitando ao cliente consultar, comprar e vender ações.” Paulo Ribas – Head de soluções cognitivas

 

“Definitivamente a transformação digital é uma tendência obrigatória. Segundo a FEBRABAN, os acessos bancários por mobile subiram 21.800% de 2011 para 2016 e de 100 milhões para 21 bilhões. As transferências foram de R$60 milhões em 2015 para R$505 milhões em 2016. A Accenture mostra: 89% de consumidores de serviços financeiros no Brasil têm interesse em consultoria digital, 84% querem personalização da consultoria em investimentos e 48% mudariam para os GAFAM (Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft). Um Robo-Advisor oferece 100% de transformação digital: Consultor digital, abertura de conta on-line, personaliza carteiras, está no mobile, executa ordens on-line e com User Experience pode ter uma experiência GAFAM.” Irving Chang – Head Cedro Robo-Advisor 

Estar bem informado e em sintonia com o mercado pode ser o primeiro passo para permitir que a renovação digital chegue e seja bem-vinda dentro das empresas. Com esse novo cenário, as corretoras deverão perceber valor nas tendências advindas da transformação digital, investindo na criação de laços com parceiros externos e provedores de tecnologia, unindo a tradição à inovação, se fortalecendo perante o mercado.

 

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