Internet Industrial: conheça o potencial desse conceito

Leonardo Reis Vilela

08 março 2019 - 08:00 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:39

Pessoa utilizando tablet para comandar robô

Nem mesmo o ritmo acelerado da transformação digital tem sido capaz de fortalecer a Indústria 4.0 no Brasil. De acordo com estudo da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), realizado com 84 indústrias manufatureiras, a Quarta Revolução Industrial parece estar longe de acontecer por aqui.

O estudo indica que somente 29% das participantes da pesquisa conhecem o conceito de internet industrial da coisas. E mais da metade (65% delas) não possui nenhum programa que contemple esse tipo de tecnologia em andamento.

Como consequência do desconhecimento, a pesquisa identificou ainda um desinteresse pela tecnologia. Segundo o levantamento, 45% das indústrias não têm intenção de implementar algum projeto de IIoT. Isso quer dizer que existe um longo caminho a ser percorrido até o Brasil viver a Quarta Revolução Industrial.

Enquanto isso não acontece, vale compreender de que modo a internet industrial promete transformar a realidade das empresas. Conheça, a seguir, o conceito, o potencial e os desafios da implantação. Boa leitura!

O que é a Internet Industrial das Coisas?

Tal como a Internet das Coisas (IoT), que traz inúmeras possibilidades para o Mercado Financeiro, a Internet das Coisas Industriais também se estrutura a partir dos dispositivos e da infraestrutura que se comunicam com a Internet. Contudo, na IIoT a conectividade se dá com o uso de sensores inteligentes nos processos automatizados de produção e logística.

Com a nova tecnologia é possível capturar e analisar os dados de equipamentos industriais em tempo real, a fim de monitorar o funcionamento, fazer reparos preventivos e obter insights úteis.

É apenas uma moda ou algo que veio para ficar?

Assim como a transformação digital vem mudando radicalmente o mercado financeiro, a IIoT traz muitas possibilidades de melhorias e de novos negócios para as indústrias. Por isso, não se trata de uma moda. Pelo contrário, é uma tendência que deve levar a indústria a se reinventar. Constrói-se, aos poucos, com a ajuda da tecnologia, uma nova forma de produção.

De acordo com estudo da Accenture, estima-se que a internet industrial das coisas pode adicionar 14,2 trilhões de dólares na economia global até 2030. De fato, esse é o futuro da indústria.

Quais os setores mais impactados?

Dentre tantos, manufatura, produção de energia e transporte se destacam entre os vanguardistas da nova tecnologia. É possível vê-la aplicada em vários processos, tais como:

  • Monitoramento remoto e controle de equipamentos pesados;
  • Cadeias de suprimentos e logística gerenciadas por sensores;
  • Diagnóstico habilitado por Big Data.

O que ela é capaz de transformar em uma empresa?

Para a indústria, se bem aplicada, a nova tecnologia pode impulsionar o crescimento e a expansão. Isso porque o conceito traz muitas vantagens para a organização. Com o uso dos seus recursos, é possível:

  • Ter mais automação, previsibilidade e precisão;
  • Diminuir o número de paralisações inesperadas;
  • Reduzir a necessidade de intervenção humana;
  • Aumentar a eficiência operacional.

Tudo isso garante resultados superiores, com mais velocidade e menos desperdício de recursos, de modo que a indústria ganha condições de estabelecer uma estratégia consistente de atuação.

Uma empresa fornecedora de equipamentos pesados, por exemplo, pode buscar os recursos da IIoT para otimizar os resultados. Com o uso de sensores nas máquinas para prever e evitar interrupções do sistema, é possível diminuir em até 60% o número de paradas dos equipamentos.

Quais os desafios da implantação?

A  ABII buscou essa resposta em uma pesquisa sobre adoção da IIoT no Brasil. Realizado em 2017, o estudo apontou os desafios mais citados para a implementação de projetos com essa tecnologia.

Liderando, no topo do ranking, a dificuldade de comprovar o ROI (Retorno sobre o Investimento), e a cultura conservadora das empresas foram as mais citadas, respectivamente, com 21% e 20%.

Em contrapartida, outros aspectos, comumente apontados como obstáculos para o desenvolvimento da internet industrial, apareceram em segundo plano. Dificuldades de infraestrutura no Brasil, poucos casos de sucesso e distanciamento da TI foram mencionados por 12% dos respondentes.

Por último, sem muito destaque, foram citados também como desafios:

  • Falta de fornecedor com solução completa,
  • Fragilidade da segurança digital;
  • Tema técnico demais;
  • Falta de mão de obra especializada.

Qual o papel da ABII no apoio à disseminação do conceito?

Com o intuito de fomentar e estimular a transformação digital e inserir o país no contexto da Quarta Revolução Industrial, a ABII atua como disseminadora da inovação.

Isso porque ela promove o encontro de várias empresas interessadas em criar soluções integradas e inovadoras para demandas da sociedade, como o trânsito, a redução de desperdícios, a automação das fábricas e tantas outras.

A principal meta é construir a Indústria 4.0 aqui no país, reunindo e incorporando no processo de produção máquinas inteligentes, análise computacional avançada, conectividade e sistemas cibernéticos. É assim que a ABII espera contribuir para transformar inúmeros setores e indústrias, como a manufatura, transporte, energia e saúde.

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