Evolução perpétua – a abordagem administrativa para a transformação digital

Rogério Marques

03 agosto 2017 - 18:30 | Atualizado em 12 abril 2023 - 18:49

Pessoa utilizando computador com imagem de cidade em segundo plano

Empresas que se comprometem a atualizar continuamente sua arquitetura empresarial podem entregar produtos e serviços tão rapidamente quanto suas concorrentes da era digital.

Varejistas de internet podem realizar mudanças cruciais em seus websites de e-commerce dentro de algumas horas, enquanto varejistas tradicionais levam três meses ou mais para fazê-lo. Fornecedores de softwares baseados em nuvem podem atualizar seus produtos em dias ou semanas. Em contraste, fornecedores de softwares tradicionais precisam de meses.

Por que empresas estabelecidas não podem mover-se tão depressa quanto suas concorrentes da era digital? Em parte, porque são limitadas pela sua arquitetura empresarial – que é responsável pelo design subjacente e pela administração das plataformas e capacidades tecnológicas que dão suporte às estratégias da empresa.

A arquitetura empresarial de empresas tradicionais comumente reflete uma época passada, quando não era necessário mudar estratégias de negócio, lançar novos produtos ou serviços, e incorporar novos processos de negócios quase que instantaneamente. Considere que até a década passada, dispositivos mobile, Internet das Coisas, big data e plataformas de analytics não eram cruciais para a concorrência no mercado. As empresas não tinham a necessidade aguda de agregar continuamente novas capacidades de negócio dependentes da TI em suas operações.

Agora, elas precisam.

Para competir contra concorrentes da era digital, empresas tradicionais precisam adotar uma abordagem muito diferente quanto ao design e à administração da arquitetura empresarial – um modelo que chamamos “evolução perpétua”, posto que enfatiza mudanças contínuas ao, e design modular às capacidades do negócio, bem como às tecnologias por trás deles. Essa abordagem abrange uma série de tipos de arquiteturas empresariais amplamente conhecidas, embora unindo-as de uma nova forma. Ele compele os executivos a adotar uma visão global de suas capacidades e tecnologias digitais, administrando-as de forma a mitigar ou remover interdependências, com foco na velocidade. Realmente, nosso trabalho com empresas passando por transformações digitais sugere que uma mudança para o modelo de evolução perpétua pode resultar em ciclos de desenvolvimento de produto, além de grandes eficiências operacionais – resultados que estão em sintonia com as expectativas do consumidor.

Uma arquitetura empresarial construída para a evolução perpétua difere da tradicional de seis formas importantes. Ao considerar atividades e processos de negócios, líderes de TI e de negócios enfatizam jornadas de consumidor ponta-a-ponta em vez de processos pontuais orientados para produtos ou serviços. Eles usam múltiplos modelos operacionais em vez de um. Ao considerar o panorama de aplicação, os líderes de TI desenvolvem aplicações para serem modulares, ou seja, independentes, em vez de rigidamente acopladas com outras aplicações ou sistemas. A arquitetura empresarial caracteriza uma plataforma de integração central que privilegia conexões leves em vez de interconexões pesadas. A gestão de TI lança m modelo de desenvolvimento-aplicação em que os desenvolvedores e a equipe de operações trabalham juntas para testar e lançar novas atualizações de software rapidamente (DevOps). Nesse cenário, informação e tecnologia de comunicação é uma commodity em vez de um fator estratégico.

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Nesse artigo, comparamos o modelo de evolução perpétua com abordagens existentes de design e gestão da arquitetura empresarial, e exploramos o que é necessário para aplicar a nova abordagem. Empresas podem, de fato, desfazer-se de seus processos e mentalidades do passado (legados). Elas podem construir sistemas e capacidades necessárias para prosperar nessa era de digitalização, entrega aprimorada de serviços, reduzindo dramaticamente os ciclos de lançamento de software.

Comparando abordagens de gestão novas e antigas

Uma boa forma de entender a evolução da arquitetura empresarial é considerar como as empresas têm tradicionalmente tratado seus elementos centrais – operações de negócios, capacidades de negócios, plataformas de integração de TI, serviços de infraestrutura de TI, e as tecnologias de informação e comunicação subjacentes. Como tais elementos poderiam ser organizados de forma diferente sob um modelo de evolução perpétua?

Operações de negócios

Empresas têm normalmente organizado suas operações de negócios via uso de tecnologias e metodologias com foco na simplificação de processos internos. Elas podem construir sistemas que automatizam transações internas tais como order to cash e service inquiry to resolution, por exemplo, e só atualizar tais sistemas de forma incremental.

Sob o modelo de evolução perpétua, as operações de negócios e os sistemas digitais devem ser pensados olhando para fora – isto é, com foco na experiência de consumidor online e off-line. As prioridades mudaram. O consumidor costumava ser um elemento de um processo centrado no produto ou na empresa; hoje, produtos e serviços são elementos da jornada do consumidor. A visão focada dentro da empresa não está obsoleta. As empresas precisam manter os processos e sistemas transacionais internos, seja contas a pagar/receber, gestão de pedidos, suprimentos, entre outros – assegurando a sua eficiência.

Contudo, as operações de negócios e os sistemas de TI hoje devem refletir todas as fases e os elementos da jornada do consumidor – não só o momento exato da compra. E a experiência deve ser continuamente atualizada. Empresas individuais estão se tornando parte de grandes ecossistemas industriais focados em dar suporte a jornadas do consumidor ponta-a-ponta. No velho mundo de produção de TV, por exemplo, as empresas projetavam suas operações de negócios e sistemas de TI para seguir o produto até o varejista. Hoje, as TVs digitais estão se tornando plataformas para que os fabricantes ofereçam uma gama de serviços relacionados de TI para casa, tais como identificação de shows que os consumidores desejam baseado em suas preferências, propaganda focada, e mais. Como resultado, as operações de negócios de TV e sistemas de TI devem atender ao usuário final da experiência de TV, e não só aos requerimentos dos varejistas. E como as preferências do usuário final mudam constantemente, as operações e as atividades dos negócios devem ser adaptadas rapidamente.

Note que as empresas B2B não estão imunes a essa tendências, especialmente as que embutem tecnologias digitais em seus produtos com vistas à venda de manutenção preventiva, melhoria de desempenho e outros serviços – por exemplo, equipamentos de construção, motores de avião, turbinas e equipamentos de perfuração. A arquitetura empresarial deve ser capaz de dar suporte aos consumidores durante o período de uso do produto e, até mesmo, em tempo real.

Capacidades de negócios

Como mencionamos antes, até os anos 2000, as empresas não tinham tido uma necessidade aguda de agregar continuamente novas capacidades em suas operações – por exemplo, identificar a probabilidade de compra de um produto. Em vez disso, introduziam capacidades em suas arquiteturas empresariais lenta e periodicamente. As aplicações de negócios que dão suporte a essas capacidades, tais como os sistemas de ERP, PLM e CRM eram geridos como sistemas rigidamente interdependentes; realizar mudanças em um normalmente exigia grandes mudanças nos outros.

No mundo digital em constante mudança, entretanto, as empresas devem ser capazes de melhorar continuamente as capacidades de negócios sem medo de prejudicar sistemas inteiros. Uma forma de fazê-lo é agrupar processos e sistemas em duas categorias: capacidades digitais de negócio que são diferenciais para a experiência do consumidor, e aquelas que dão suporte às capacidades transacionais. Chamamos isso de arquitetura de duas velocidades, elemento crítico do modelo de evolução perpétua que ajuda as empresas a alocar recursos de forma adequada.

Considere a cadeia de varejo que vende uma proporção crescente de seus produtos por meio de seu website. A empresa não pode levar meses para melhorar sua ferramenta de recomendação de produtos quando um concorrente da era digital pode fazê-lo em uma questão de dias ou semanas. Não deveria importar, por exemplo, que tipo de sistema central o varejista tem; sua nova e melhorada abordagem de recomendação de produto deveria ser capaz de ser implementada e modificada rapidamente. Essas capacidades de negócios digitais tornam-se a base pela qual competir em uma mundo virtual.

Plataforma de integração da TI

Os primeiros dois elementos da arquitetura empresarial que discutimos estão focados nas operações e atividades de front-end, enquanto as outras quatro envolvem consideração do back-end nas arquiteturais empresariais das empresas.

Sob o modelo tradicional de gestão de arquitetura empresarial, a integração da plataforma de TI da empresa tipicamente inclui um sistema único e engessado. Esse setup pode dificultar a operação online das empresas na era digital. O número de conexões aumenta exponencialmente em um ambiente digital, e quanto todos os canais têm de passar por um sistema assim, por exemplo, há perigo de ocorrer redução nos tempos de resposta/carregamento de um website. Tais atrasos podem representar bilhões de dólares em receitas perdidas.

O modelo de evolução perpétua, em contraste, enfatiza conexões leves para melhorar o desempenho de transmissão, lidando com o problema da latência – o tempo necessário para que uma empresa entregue a solução website para consumidores online que demandam respostas instantâneas a cada clique. Os elementos funcionais da experiência de compra, tais como aplicações de pagamento ou de promoção, podem ser dissociados uns dos outros – embora quando uma mudança não afeta um único serviço, mas a plataforma inteira, possam ainda ser geridos de forma mais lenta.

Dessa forma, as empresas podem atualizar aplicações centrais dentro do CRM, ERP, PLM e sistemas de gestão da cadeia de suprimentos módulo por módulo (ou serviço por serviço) sem ter que realizar adequações em todo o sistema. O processo de migração-aplicação pode acontecer rapidamente, e quaisquer riscos – de interrupção, por exemplo, ou a aparição de bugs no sistema – podem ser reduzidas ao mínimo.

Serviços de infraestrutura de TI

Nas empresas mais tradicionais, os serviços de infraestrutura de TI (hardware, software e recursos de rede necessários para manter um ambiente de TI empresarial) são geridos centralmente por uma equipe independente. Depois que os desenvolvedores de aplicações e os testadores terminam suas tarefas, eles encaminham seu trabalho a uma equipe de produção, cujos processos complexo de teste e entrega podem atrasar a entrega de um novo sistema ao mercado em semanas ou meses.

Sob o modelo de evolução perpétua, o DevOps torna-se central para a habilidade de a empresa testar novas capacidades de negócio, levando-as ao mercado rapidamente. O conceito de DevOps firmou-se em muitas empresas. Ele envolve unir desenvolvedores de TI com equipes operacionais para codesenvolver novos produtos e funções de software. Como ambos os lados têm “muito em jogo” – sem silos organizacionais ou intermediários no processo – eles podem tratar os problemas de forma proativa. Sob tal abordagem, as empresas registram produtividade crescente dentro das equipes de desenvolvimento de software, lançamento rápido de novos produtos digitais e serviços, e melhora na experiência do consumidor. Nossa experiência sugere, por exemplo, que empresas podem reduzir o número médio de dias requerido para completar a programação/desenvolvimento, colocando-a em produção de 89 para 15 dias, 17% do tempo original.

Tecnologias de informação e comunicação

Tecnologias de informação e comunicação (ICT) – a combinação de todas as redes audiovisual, telefônica e computacional da empresa – tendem a ser caras. As empresas implementaram cuidadosamente com ativos caros (mas necessários). Contudo, avanços na conectividade, computação em nuvem e outras tecnologias facilitaram para as empresas adotar uma mentalidade de evolução perpétua e modelo para gerir ICT. Eles podem usar serviços de tecnologia em nuvem, por exemplo, para transformar a TI em um recurso acessível, independentemente do tamanho da empresa. Realmente, mesmo as empresas startup podem se adequar em seus mercados-alvo rapidamente ao alugar poder computacional e espaço de armazenamento de fornecedores na nuvem. ICT é hoje uma commodity, e investimentos anteriores não são necessariamente uma grande vantagem competitiva ou barreira de entrada no mercado.

Estabelecendo uma arquitetura de evolução perpétua

Gerir mudanças de forma sistemática em todos os elementos de um setup tecnológico permitirá às empresas moverem-se para uma arquitetura de evolução perpétua. A maioria das empresas, todavia, ainda analisam cada sistema ou capacidade separadamente, em vez de como componentes criticamente conectados da arquitetura. Encontramos cinco princípios críticos para mudar tal mentalidade:

  • Liberte equipes de desenvolvimento de dependências desnecessárias.
  • Seja consistente; foque na mudança em todas as áreas da arquitetura empresarial.
  • Desmonte silos…
  • Mas mantenha uma separação estrita da equipe de plataforma das outras.
  • Reconheça que a transformação da arquitetura empresarial deve ser um processo contínuo.

 

Liberte equipes de desenvolvimento de dependências desnecessárias

As empresas devem ser capazes de mudar elementos de seus produtos e processos digitais rapidamente, assim se nivelando à habilidade de competidores na geração de inovadoras experiências do consumidor. Para fazê-lo, as empresas devem libertar suas equipes de desenvolvimento de dependências desnecessárias (Figura 2). Elas podem fazê-lo ao empregar modelos DevOps, dissociando-as das aplicações de plataformas maiores. Equipes não mais teriam de esperar por aprovações, repasses e preparação de ambientes de testes no momento da programação. Essas tarefas seriam geridas dentro da equipe, com decisão imediata de especialistas em desenvolvimento e operações. Tal liberdade ajudaria as equipes de desenvolvimento a reduzir seus tempos de lançamento de software de meses para horas.

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Eliminar dependências desnecessárias é crucial se as empresas quiserem desenvolver e vender novas capacidades digitais para segmentos ainda mais específicos/focados no consumidor, cada qual com necessidades diferentes. Utilizemos o exemplo de um fabricante de automóveis que incorporou tecnologias digitais em seus carros, permitindo aos consumidores fazerem atualizações online dos sistemas de navegação de entretenimento informativo e outros sistemas. Para assegurar evolução perpétua, o fabricante precisava desenhar tais sistemas de modo que pudesse selecionar as capacidades de negócio que deseja oferecer aos consumidores – por exemplo, certa capacidade de navegação ou nova característica específica do sistema de entretenimento informativo – podendo, assim, mudar ou atualizar esses elementos independentemente dos outros.

Foque na mudança em todas as áreas da arquitetura empresarial

Programação não é o único lugar que sofre com dependências; elas também existem em teste, integração, analytics, infra e processo decisório. Por esse último, queremos dizer os indivíduos que devem aprovar a implementação de novas capacidades de negócios – é a equipe reunida para construir e melhorá-las, ou a administração? Se, depois que as capacidades forem desenvolvidas, a alta direção deve aprová-las antes que sejam lançadas no mercado, apostamos que levará muito tempo para que elas cheguem ao mercado.

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Tais dependências são uma característica, na verdade, de abordagens ultrapassadas de arquitetura empresarial. Todos os elementos da arquitetura empresarial eram rigidamente interligados. Módulos diferentes usavam o mesmo código-base, de modo que a mudança de uma área demandava verificações demoradas do impacto sobre as outras. A instalação de novo software dependia do calendário e recursos para testes. Mesmo quando os desenvolvedores/programadores dissociavam funcionalidades de softwares, frequentemente amarravam-nas a dados, o que criava dependências. Quando os desenvolvedores pensavam em separar a camada integração das aplicações, equipes frequentemente programavam a lógica do negócio no sistema central, também criando dependências. Quando o software estava pronto para ser movido para produção, a entrega da equipe de desenvolvimento para a equipe de infraestrutura frequentemente retardava as cosias. Essa estava agora trabalhando no cronograma da equipe de produção, competindo contra uma longa fila de lançamentos de software. Talvez, mais importante, a espera pela aprovação da alta gerência para a atualização de um software ou funcionalidade do sistema antes que fosse para produção poderia atrasar as coisas ainda mais.

A tendência nas empresas nas últimas décadas em direção à arquitetura orientada para serviços (SOA) mais a separação do código dos outros cinco elementos da arquitetura empresarial têm sido um grande avanço. As empresas podem hoje desenvolver serviços web com base em capacidades empresariais específicas. Ainda assim, na maioria das empresas, teste, integração, dados, infraestrutura e processo decisório continuam intimamente ligados. Empresas devem explorar o uso de serviços web de modo que novas características de software possam ser lançadas independentemente das outras, e independentemente de qualquer elemento da plataforma central. Na verdade, seu objetivo final deveria ser só esse, em vez de criar serviços focados.

Desmonte silos…

Arquitetos de TI sofrem com o estereótipo de “pessoas desenhando ícones engraçados em gráficos”. Por seu lado, os desenvolvedores de software são vistos como pessoas que programam para módulos que representados por esses ícones. Essa divisão de trabalho frequentemente levou a ambos os grupos operarem em seus próprios mundos em vez de se unirem pelo objetivo comum. Uma empresa que deseja ser digitalmente competitiva precisará de arquitetos empresariais mais do que nunca. Contudo, esses arquitetos não podem mais manter uma relação distante com desenvolvedores. Eles devem trabalhar em conjunto para assegurar que as regras arquiteturais de evolução perpétua – não só programação – estão presentes/programadas no software. Arquitetos precisam ser parte das equipes focadas em capacidades de negócios ou grupo de capacidades correlatas. Eles se encontrarão trabalhando junto com gestores de produtos, desenvolvedores, profissionais de marketing, testes, operações, jurídico, entre outros.

…mas mantenha uma separação estrita da equipe de plataforma das outras equipes

Toda empresa informalmente administra uma parte de sua arquitetura de TI como uma plataforma, e organiza outras partes de acordo com as capacidades dos negócio (por exemplo, microsserviços associados com ativação de ou campanhas de marketing do consumidor). Para efetivar a transição para a arquitetura de evolução perpétua, as empresas devem estabelecer limites explícitos entre essas duas partes da arquitetura. Depois, devem impor esses limites por meio de supervisão explícita e outros processos de governança.

As capacidades digitais de uma empresa permitem que ela realize mudanças rápidas em produtos e processos, portanto, os profissionais de TI devem muda seu foco seguindo essas linhas. Eles deveriam definir as partes da plataforma de TI de acordo com as capacidades de negócio as quais dão suporte, em vez de como tecnologias. Definir a capacidade de TI como “integração de serviço” ajudará a empresa a identificar as tecnologias na organização com funcionalidade comparável. Também ajudará a empresa a criar papeis/funções significativas, tais como “arquiteto de integração de serviços” em vez que “XYZ arquiteto de produto”.

Reconheça que a transformação da arquitetura empresarial deve ser um processo contínuo

Ao estabelecer limites claros entre as capacidades de negócios e as plataformas de tecnologia, as empresas serão capazes de isolar as partes mais dinâmicas e celeradas de sua infraestrutura (capacidades do negócio) das partes mais lentas (plataformas). Contudo, elas não podem ignorar a necessidade de melhorar continuamente suas plataformas. As empresas devem assegurar que podem atualizar parte de suas plataformas continuamente. Para muitos da alta direção, tal fato exigirá grande mudança de mentalidade: tradicionalmente, eles têm se focado em requerer e aprovar mudanças de grande impacto. Os líderes de TI e os arquitetos empresariais precisarão educar executivos quanto aos benefícios do modelo de evolução perpétua, que enfatiza o monitoramento e a renovação contínua, em todos os elementos da estrutura tecnológica. Eles precisarão introduzir novas formas de apresentação e comunicação, por exemplo, para ajudar os executivos a entender a necessidade disso, e a monitorar os resultados.

Para permanecer competitivo no mundo em que oferecer uma grande experiência do consumidor tem se tornado primordial, as empresas em quase todas as indústrias devem continuamente inovar em produtos e serviços, assim como em processos de negócio que dão suporte a tais produtos e serviços. Elas podem ganhar muita agilidade se abandonarem práticas rígidas de gestão de arquitetura empresarial do passado e adotar uma nova abordagem que permite a evolução perpétua – mudando elementos da arquitetura empresarial rapidamente, adicionando novas partes racionalmente – e incorporando o último e a melhor funcionalidade. Essa mudança em metodologia pode ajudar as empresas tradicionais a se manter no ritmo de seus concorrentes da era digital.

Artigo traduzido a partir da publicação original: Perpetual evolution—the management approach required for digital transformation

Autores: Oliver Bossert e Jürgen Laartz

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