Entenda como deve ser feito um teste de software ideal

Rogério Marques

18 janeiro 2017 - 12:08 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:33

Ilustração de pessoa trabalhando em vários computadores

No ciclo de construção de um novo aplicativo, o teste de software é a última etapa e tem importância primordial para garantir alto nível de qualidade na entrega do produto.

Por meio do teste de software, podemos avaliar a funcionalidade, usabilidade, portabilidade, velocidade de processamento, precisão das operações e da integração de processos, confiabilidade, integridade e eficiência do novo aplicativo.

Existem vários tipos de teste de software. Fique atento que iremos descrever alguns dos principais, que ajudam a averiguar o grau de qualidade do aplicativo, permitindo que sejam feitas as correções das falhas detectadas antes de sua disponibilização para uso pelos clientes.

Teste de Aceitação pelo Usuário

Verifica se o aplicativo será considerado amigável pelo usuário. Procura perceber se haverá qualquer elemento da interface que possa causar rejeição por parte do usuário do software. O teste de aceitação é uma validação que o usuário faz antes de colocar em produção. Basicamente, ele verifica se o sistema faz o que ele solicitou e atende requisitos específicos (cores da empresa do cliente, tempo de resposta baixo, etc). O cliente decide o que ele irá validar nesse teste – que também pode ser realizado nos processos que irão avaliar a usabilidade.

Teste de Caixa-Branca

Idealmente, o teste de caixa-branca testa todas as partes do código do aplicativo. Trata-se de um procedimento estrutural que avalia os componentes internos de um programa para encontrar falhas que serão solucionadas pelos desenvolvedores do aplicativo.

Teste de Caixa-Preta

Analisa todas as entradas e saídas desejadas para o aplicativo e mapeia todos os erros percebidos. Entre outras funções, serve para simular os possíveis equívocos operacionais, que podem ser cometidos pelos futuros usuários, para saber como o software responderá.

Teste de Carga

Avalia como o software se comporta quando há um grande número de usuários simultâneos.

Teste de Configuração

Testa o funcionamento do aplicativo em diferentes ambientes de hardware e software — valida sua portabilidade.

Teste de Funcionalidade

É feito para validar os requerimentos e regras de negócio associadas às funcionalidades do software, que podem estar divergentes das determinações existentes em sua documentação. Identifica também se a aplicação cumpre com a função.

Teste de Instalação

Verifica se todos os componentes do software foram instalados corretamente em diferentes situações de configuração de hardware/software e em situações adversas, como queda de energia elétrica e espaço insuficiente de memória do hardware.

Teste de Integração

Permite verificar se unidades ou os componentes combinados do aplicativo funcionam.

Teste de Interface

Averigua se as telas do software são de fácil navegabilidade e se são intuitivas, para que atendam o usuário da melhor maneira.

Teste de Integridade

Verifica se os componentes do aplicativo permanecem íntegros mesmo quando comportam grandes volumes de dados, e testa sua resistência a falhas — avaliando sua robustez.

Teste Operacional ou de Estabilidade

Avalia se o software pode rodar por muito tempo sem apresentar falhas.

Teste de Performance

Mensura se o tempo de resposta de cada rotina do aplicativo está adequado e identifica o ponto de exaustão do software.

Teste de Manutenção

Verifica se a manutenção do ambiente de software e hardware causou algum efeito indesejado no aplicativo.

Teste Positivo-Negativo

Pretende garantir que o software irá funcionar corretamente em seu fluxo normal, assim como no seu fluxo de exceção.

Teste de Regressão

Trata-se da testagem completa do aplicativo a cada mudança ou atualização realizada, para verificar se houve alteração do comportamento dos componentes já analisados, em função da introdução de um novo componente.

Teste de Segurança

Experimenta a navegação no software utilizando os diversos papéis, perfis, permissões, a fim de validar os critérios de segurança estabelecidos. Sua intenção é garantir que os dados estejam disponíveis somente às pessoas autorizadas e que o aplicativo não esteja vulnerável a invasões de hackers/crackers.

Teste de Stress

Testa a navegação no software seguindo trilhas não especificadas em sua documentação para ver como o aplicativo se comporta em situações inesperadas. Este teste visa identificar o momento crítico em que o programa deixa de salvar dados ou estes são corrompidos, ocorrem travamentos ou alguns comandos não são atendidos.

Teste de Unidade

Valida o funcionamento de cada componente individual do aplicativo, unidade a unidade ou de cada classe do aplicativo, testando se ocorre o retorno esperado quando se fornece dados válidos e dados inválidos.

Teste de Usabilidade

Teste voltado para a experiência do usuário, como irá acessar as funcionalidades, se as interfaces facilitam as operações, têm padrão visual e seu layout está adequado ao uso pretendido, assim como validam os materiais de treinamento (manual do usuário, tutoriais, help online).

Teste de Volume

Mensura o tempo de resposta do software em situações de processamento de variados volumes de dados, seja por conexões de rede local ou remota.

Os tipos de testes aos quais será submetido cada software variarão em função da sua complexidade, do nicho de negócio que atende e dos requisitos funcionais e não funcionais demandados pelos seus usuários.

Vale lembrar que negligenciar nos testes do software pode afetar significativamente a credibilidade do aplicativo e da empresa fornecedora.

Para auxiliar os profissionais que realizam teste de software existem algumas ferramentas que automatizam algumas tarefas e agilizam outras. Elas são importantes para garantir a qualidade dos testes realizados, especialmente em tarefas repetitivas que estão mais sujeitas a falhas humanas.

A variedade destas ferramentas é proporcional à de testes existentes, por isso, vamos abordar somente algumas das principais:

Apache Jmater

Testa a velocidade de processamento — tempo de resposta do software às ações do usuário. Esta ferramenta pode ser usada em aplicativos para a web.

Bugzilla, Mantisbt e Redmine

Estas ferramentas servem para detectar bugs e falhas nos códigos dos programas desenvolvidos.

JUnit e NUnit

Estas ferramentas são apropriadas para aplicativos Java e servem para avaliar as unidades componentes do software, tais como: códigos, procedures e outros.

Push Teste Maker

Testa a funcionalidade da interface do software — campos de preenchimento, botões, links, etc. No caso de aplicativos para a web, existem outras ferramentas para este teste, como: Apodora, Watir e Sikuli.

TestMaker e TestLink

Estas ferramentas se destinam ao gerenciamento dos testes a serem realizados no software, facilitando o controle e acompanhamento de cada tarefa.

O teste de software tem como objetivo colocar à prova as especificações e requisitos do aplicativo desenvolvido. Durante estes testes, podem ser detectados defeitos, instrução ou comando incorreto, erros, desvio da especificação do aplicativo ou falhas, processamento incorreto e/ou comportamento inconsistente.

Todas estas ocorrências poderão ser tratadas de forma preventiva, antes que haja a liberação do software para o público para o qual foi projetado, garantindo, assim, sua maior probabilidade de sucesso.

E sua equipe? Está habilitada a realizar teste de software de maneira consistente? Deixe um comentário e divida com a gente a sua experiência no assunto!

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