Contextos e previsões sobre o futuro do código aberto

Rogério Marques

11 março 2020 - 09:51 | Atualizado em 12 abril 2023 - 19:04

Homem clicando em ícone de "Open Sourcing" com uma série de outros ícones ao lado

O código aberto demorou muito para ser aceito na comunidade de desenvolvimento, mas atualmente pode ser considerado um padrão na criação de software para a transformação digital das empresas. Para os desenvolvedores, trabalhar com esse formato enriquece o conhecimento e o currículo profissional, enquanto até mesmo as gigantes do setor se renderam a ele.

Com a tendência seguindo o desenvolvimento colaborativo, as patentes deixaram de ser tão importantes. As empresas de tecnologia compreenderam o valor do opensource porque viram a comunidade acelerar o desenvolvimento de soluções melhores que seus produtos. Assim, deixaram de lutar contra a maré e se juntaram ao modelo.

A criação colaborativa pelo código aberto, de fato, elevou a qualidade das soluções, levando melhores resultados aos usuários. Isso porque é possível aprimorá-lo com frequência, sem ter que adquirir novos produtos ou mudar totalmente os sistemas.

Mas o que a expansão do código aberto significa para o mercado? Enquanto o modelo deve seguir forte no setor, quais são os desafios a serem vencidos? Neste artigo, vamos entender os panoramas do open source e o que esperar do futuro do código aberto!

Manifesto GNU: o início do código aberto

Para entender os contextos atuais e futuros do código aberto, precisamos conhecer sua história. Esse tipo de desenvolvimento teve sua origem oficial em 1985, com a publicação do Manifesto GNU.

Trata-se de um artigo escrito por Richard Stallman, que definia o que viria a ser o Projeto GNU, que convidava pessoas a colaborarem na criação de um software livre. O conteúdo procurava incentivar a comunidade a levar o formato para o mercado, detalhando as vantagens de um software livre.

Nos anos 1970, já existiam software gratuitos, sem direito autoral registrado, o que foi uma ruptura para os padrões da época. Porém, o Manifesto GNU contribuiu para valorizar o trabalho dos programadores.

O artigo disseminou a noção de que, ao doar o software às empresas, os desenvolvedores conseguiriam trabalho nelas de modo a aprimorar o sistema. Foi um incentivo para mostrar como esses profissionais poderiam fazer dinheiro.

Em 1989, o software do Projeto GNU recebeu a Licença Pública GNU (GPL), que trouxe o conceito de copyleft. A ideia era que todo software ou aplicação desenvolvido a partir do produto teria que usar a GPL e não poderia ter restrição no acesso ao código. No entanto, esse movimento afugentou muitas empresas na época, que passaram a buscar alternativas ao software.

O código aberto no ambiente corporativo

No universo corporativo, o código aberto só começou a ser realmente aceito a partir de 1995. Na época, as empresas ainda estavam de certa forma despreparadas para a internet, mas se esforçavam para se fazer presentes na web.

No contexto, o que impulsionou a aceitação do open source foi a chegada do servidor web Apache, cuja licença explicava o seguinte: “Faça o que quiser, mas não nos culpe se algo der errado”. As empresas testavam novos modelos e o servidor da Apache serviu como um incentivo.

Já no final da década, o Linux se popularizou entre as organizações, graças à publicação de um novo artigo que colocou o código aberto como superior aos códigos dos sistemas comerciais — o The Cathedral and the Bazaar, de 1997.

Aliado a esse fator, vimos a bolha do “ponto.com”, que ocorreu graças à adoção excessiva da internet pelo mercado — muitas lojas virtuais faliram. Nesse contexto, produtos de baixo valor aquisitivo ganharam destaque, o que favoreceu o Linux em seu nicho.

O código aberto hoje já é amplamente usado no mundo corporativo, sendo encontrado em bancos de dados, ferramentas gerenciadoras de servidores, plataformas de investimento e soluções para produtividade, como o LibreOffice.

Desafios atuais do código aberto

Apesar da popularidade do open source, o cenário atual das comunidades levanta algumas questões. Se os fornecedores têm retirado do mercado pacotes importantes para os programadores, os criadores dos software ainda precisam ver fornecedores lucrarem mais com suas invenções.

Outra questão: há uma falsa noção de estabilidade entre os usuários do código aberto. Enquanto os primeiros repositórios públicos mantinham todo o material publicado para sempre, os novos não seguem essa dinâmica. As empresas têm a opção de hospedar seus produtos em serviços pagos, podendo lucrar mais do que aquelas que oferecem o serviço.

Já as empresas de produtos alteram as licenças para limitar o uso do código. Essa ação, entretanto, contraria as normas estabelecidas pelo Manifesto GNU. A filosofia apoia  uma punição para quem restringe o uso dos programas de código aberto.

Em meio à forte transformação digital do mercado, com influências da China e seu pioneirismo em inteligência artificial, será que as empresas ainda valorizam a filosofia original do open source?

O que esperar do futuro do código aberto?

Para que o código aberto mantenha a essência original no futuro, as empresas e equipes de desenvolvimento que o utilizam enfrentarão novos desafios para garantir acesso contínuo aos software utilizados.

Devemos levar em conta que a tendência é que os desenvolvedores realmente percam o poder sobre o próprio trabalho. Isso se firma no fato de que as empresas que dependem do código aberto devem manter seus próprios repositórios públicos.

As empresas de tecnologia podem passar a manter suas próprias versões de projetos de open source. Já temos o caso da Amazon, que fez isso para os projetos Elasticsearch e OpenJDK.

Outras empresas devem seguir o mesmo caminho. Ainda que uma parcela reduzida de entusiastas do código aberto enxergue a decisão com maus olhos, os consumidores devem apoiar e aprovar a estratégia.

Nesse contexto, essas organizações deverão definir estrategicamente quando usar o open source se para lançar um produto, bem como as expectativas de retorno financeiro. Além disso, em meio à expansão da inteligência artificial, os projetos exigem cada vez mais cuidados.

Independentemente da forma como os repositórios são construídos, aqui na Cedro Technologies, entendemos que o código aberto é o futuro. Em nossa atuação, vemos as empresas buscarem cada vez mais soluções desenvolvidas nesse formato, no intuito de facilitar a atualização das plataformas.

Por isso, acreditamos veementemente que o open source seguirá como tendência de mercado. Nossos produtos estão preparados para atender os mais diversos tipos de software, sendo desenvolvidos como SaaS. Conheça as soluções da Cedro Technologies e encontre as melhores opções para o seu projeto!

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