Agilidade e produtividade: as lições das startups na Indústria 4.0

Rogério Marques

02 outubro 2019 - 09:00 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:47

Pessoas segurando lâmpadas na mão ilustrando a indústria 4.0

É uma frase comum: “As corporações são volumosas e burocráticas, enquanto as startups são ágeis, sendo mais adeptas à cultura de transformação digital”. Esse cenário tem sido a realidade em muitos casos, mas o sucesso de várias novatas passa inspirar as grandes empresas para mudarem e fazerem parte da Indústria 4.0.

A Uber, por exemplo, trouxe uma disrupção aos serviços de transportes de passageiros ao revolucionar o setor. Enquanto os táxis estavam acomodados a prestar serviços em um formato padrão, a empresa passou a usar aplicativos para conectar público e prestadores de serviço.

A inovação está no fato de que a Uber não usa carros próprios para prover serviços, usando veículos dos próprios prestadores, bem como empregar novas tecnologias para propor a disrupção. Esse cenário levantou uma série de mudanças no setor, abrindo espaço para novas estratégias e empresas, como o serviço 99Taxi no Brasil.

Cada vez mais, as gigantes de todos os setores estão começando a pensar como as novatas, remodelando a cultura interna. Casos como a Uber são uma inspiração para as grandes empresas tradicionais buscarem agilidade e transformação digital nos processos e na forma como fornecem serviços e produtos.

Afinal, ninguém quer ser a nova Kodak ou Blockbuster, que definharam diante da evolução de seus mercados. Além de aplicar novas tecnologias, como a inteligência artificial, o cenário atual exige uma mudança na visão de negócios e na mentalidade. Mas como colocar isso em prática? Confira algumas dicas de modelos em startups a seguir!

Invista nas metodologias ágeis

Os métodos ágeis são uma forma de trabalhar que leva transformação digital às empresas, muito por ter inspiração nas startups e empresas de tecnologia voltadas para o desenvolvimento de software. As novas metodologias se tornaram referência na Indústria 4.0, uma vez que a democratização do acesso à informação exigiu mais agilidade do setor.

O formato ajuda a reduzir o ciclo de produção que pode durar meses e até anos para semanas, dias ou horas, de acordo com o contexto. O conceito Agile surgiu ainda na década de 1990, mudando o mindset dos desenvolvedores. E todo esse cenário pode ser transposto para outras áreas e setores.

As principais características desses métodos são a forma de trabalhar por etapas, em conjunto com os clientes, que acompanham os ciclos de entregas para entender as necessidades de adaptação ainda no andamento dos projetos. O feedback constante ajuda a acelerar os processos e melhora a experiência do usuário.

Entenda os formatos de metodologias ágeis

Para aplicar essas metodologias, você precisa entender os conceitos e saber como eles se inserem na cultura da sua empresa. Há uma série de variáveis nos métodos ágeis, que se diferenciam em aspectos importantes.

O Scrum, por exemplo, foca na criatividade do trabalho em equipe e na adaptação para solucionar os problemas encontrados, acelerando a efetividade. Enquanto isso, o desenvolvimento Lean procura identificar e eliminar os processos que consomem tempo, bem como as ações que atrasam o trabalho e não trazem benefícios.

Já o Kanban é um formato que trabalha na redução de espera nas atividades e melhor distribuição dos trabalhos entre a equipe, limitando a quantidade de ações a serem feitas em um curto espaço de tempo.

Entre outros modelos, é possível utilizar mais de um método ágil, combinando-os para evoluir os processos. As equipes costumam ser mais reduzidas, trazendo membros multidisciplinares com habilidades variadas e características independentes e responsáveis para dar andamento ao projeto.

Trabalhe em pequenos passos

Na Indústria 4.0, a ideia de trabalhar em ciclos é realizar os projetos em etapas menores para que eles tenham uma compreensão mais fácil. Dar um passo por vez é importante para alinhar e amarrar os detalhes para que eles não afetem todo o desenvolvimento no final de todo o projeto.

Isso evita retrabalhos e auxilia a ajustar detalhes e problemas no momento certo, evitando o desencadeamento de erros e perda de tempo no trabalho. É assim que as entregas se tornam mais rápidas e otimizadas, reduzindo o tempo de trabalho e acelerando resultados.

Realize encontros e reuniões entre os membros e clientes

Entre as estratégias dos processos ágeis, essas metodologias inspiram reuniões diárias e semanais com todo o time para acompanhar o andamento das atividades. Os encontros são importantes para resolver embates entre os membros, identificando problemas e buscando soluções em conjunto para eles.

Representantes do cliente também podem participar de encontros específicos para testar os protótipos dos projetos, que podem ser colocados em prática de acordo com as etapas de entrega. Isso ajuda a acelerar a produção, já que ele avalia itens antes que necessitem de uma mudança mais radical no futuro.

A ideia de trabalhar em ciclos é justamente melhorar a aplicação prática dos projetos, colocando-os em execução antes de finalizados. Isso já ajuda a testar a user experience desde as primeiras etapas, identificando eventuais necessidades de mudar o caminho seguido.

Promova o bem-estar da equipe

Outra característica do trabalho das startups que ajuda a criar projetos mais ágeis é o foco na qualidade e conforto do trabalho das equipes. Isso inclui proporcionar as ferramentas certas, um ambiente inclusivo, a pacificação de desentendimentos e o foco no indivíduo.

Cada pessoa tem a sua forma de trabalhar e aplicar muita pressão no modelo de gestão é um caminho a evitar no caminho para a transformação digital e os novos modelos de negócio. O indicado é fomentar a liberdade de expressão e um caráter mais independente, permitindo que cada um possa imprimir um pouco da própria personalidade nos processos de produção.

Aposte em inovação

Pensar com uma mentalidade de inovação é o que fomenta o potencial das startups. Levar esse mindset para a sua empresa direciona as estratégias para sair do comodismo e promover a disrupção e transformação digital. Afinal, a tecnologia está aí para isso.

A gestão precisa pensar de forma flexível, acompanhar os movimentos do mercado e buscar estar sempre à frente do mercado, promovendo estratégias modernas e diferenciadas para tomar frente na competitividade.

Criar uma cultura de inovação traz uma série de benefícios, não só para o mercado como para os próprios colaboradores, que passam a se identificar mais com as estratégias internas. As chamadas profissões do futuro, que começaram a surgir no cenário da disrupção, tem característica muito volúveis e é preciso saber reter os melhores talentos.

Incentivar o espírito inovador, proporcionar tecnologias e APIs adequadas para o trabalho e incitar a identificação são as melhores formas de investir nesses profissionais, pensando também em modelos de gestão disruptivos para promover dinamismo e criatividade.

Os hackathons internos são um exemplo, caracterizados como competições saudáveis com premiações diferenciadas. Existem inclusive empresas que já se especializam na organização desses eventos e consultorias, fornecendo suporte nos projetos de incentivos de carreira.

Essas são algumas estratégias e ações promovidas na cultura das startups que podem e devem ser adotadas nas grandes empresas para remodelar os negócios e mudar a forma de gestão para um ambiente mais produtivo e ágil. Aplicar metodologias ágeis é a melhor forma de se manter  à frente no cenário da Indústria 4.0.

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