Open Banking APIs: novos serviços, mais receita e empresas inovando

Bruno Zago

13 julho 2016 - 14:05 | Atualizado em 12 abril 2023 - 18:48

Desenho de homem apresentando cavalete escrito OPEN BANKING FINTECHS

Open Banking APIs (ou Open APIs – Application Programming Interfaces) é um termo que tem emergido dos serviços financeiros para permitir que terceiros possam desenvolver soluções e aplicações em torno das instituições financeiras. Esta colaboração entre instituições e empresas terceiras (Fintechs, por exemplo) possibilita o crescimento, em escala, de serviços financeiros inovadores e geração de riqueza para todos os envolvidos.

O movimento é ainda reforçado pelas grandes tendências digitais, como a mudança de comportamento dos consumidores, foco no cliente, mobile first, consumidores exigindo experiência personalizada, velocidade na publicação de novos serviços, redução de custos e ofertas mais simples e focadas que resolvam problemas reais.

Mudanças geradas

Os novos serviços financeiros, no modelo Open Banking, iniciaram em 2004 com o case do PayPal. De lá para cá, diversos serviços financeiros passaram a ser disponibilizados via API. Em primeiro lugar, o Open Banking mudou os serviços de pagamentos, depois os serviços de gestão pessoal (aplicativos que auxiliam os usuários a gerirem melhor suas despesas, receitas e seu próprio dinheiro). No momento atual, os serviços de empréstimos, seguros e de investimentos têm sido transformados por esta onda. O Open Banking também se aproxima das soluções de conta corrente dos bancos.

Esse movimento é uma oportunidade para alavancar novas receitas, mas também uma ameaça aos tradicionais serviços financeiros oferecidos pelos bancos,  pois a experiência com o usuário passa a ser provida por aplicativos terceiros. Isto faz com que estes aplicativos se tornem os protagonistas e as instituições financeiras coadjuvantes. Em muitos casos, os usuários perdem a referência de quem é a instituição financeira que está a prestar o serviço. Este modelo também é conhecido como  white label. Mas por que a instituição financeira aceitaria deixar de ser protagonista para ser coadjuvante?

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Open Banking APIs

Podemos dizer que ninguém gostaria de mudar de lado, porém isto é uma tendência e não uma opção. Esta tendência é reforçada pelo fato de que em geral os executivos das instituições financeiras têm o seu tempo tomado por assuntos regulatórios, compliance e burocracias. Já as Fintechs conseguem focar na experiência com o usuário e no serviço em si, delegando os demais assuntos secundários como  back office e  middle office para a instituição financeira. Por outro lado, APIs possibilitam que a empresa use o próprio ecossistema para ganho de escala em inovação, novos clientes, nova força de vendas e receitas indiretas. Com pouco esforço, ela permite que centenas de serviços e aplicações possam surgir em torno de si.

A abertura das APIs é um novo canal para escalar a inovação, criar novos serviços e aumentar as receitas das instituições. Um clássico modelo de Open Banking é o banco francês Credit Agricole, que, a partir da abertura de suas APIs em 2013, permitiu o uso de seus serviços por dezenas de aplicativos terceiros. Um exemplo é o aplicativo de gestão de Conta Corrente (MYCA) que possibilita a gestão das contas em seis idiomas diferentes: francês, inglês, alemão, espanhol, italiano e português. Certamente nenhum banco conseguiria escalar nesta velocidade e prover a experiência inovadora e individual caso atuasse isoladamente.

Para citar um case relevante no mercado financeiro brasileiro temos a Toro Investimentos, que utiliza a plataforma da Cedro para acessar a XP Investimentos. Neste caso, a XP “é Open Banking” para a Toro.

Benefícios da abertura

Os benefícios que a abertura das APIs traz são maiores que as ameaças. Novas receitas são geradas a partir deste novo canal de vendas. Além dos próprios serviços financeiros, a instituição passa a gerar diferentes tipos de dados, que também podem ser monetizados juntamente ao ecossistema ou serem utilizados para gerar ainda outros novos serviços, criando então um ciclo virtuoso  no qual novo serviço gera valor agregado para os clientes, empresas terceiras e instituição, que por sua vez gera mais dados e acelera o surgimento de outros serviços sucessivamente.

Implantação

Para implementar com sucesso um projeto Open Banking em sua instituição, algumas características devem ser observadas, como:

  • interfaces precisam ser self services
  • serviços devem ser de fácil implementação
  • deve-se focar na publicação dos serviços em nuvem (públicas ou privadas)
  • utilização de plataformas multiuso
  • possuir documentação ampla
  • desburocratizar a homologação e lançamento de serviços dos parceiros
  • respeitar as condições legais e de segurança da informação

Há um amplo ecossistema mundial implementando serviços inovadores. Não disponibilizar as APIs é uma ameaça incalculável. É melhor nadar a favor da onda do que tentar ir contra todo esse ecossistema. Para começar o projeto, é necessário organizar o  back-end dos serviços, criar uma camada para publicação e exposição das APIs e, a partir disto, permitir o consumo das APIs.

Na Cedro Technologies, desde 2006, trabalhamos com abertura de APIs, sobretudo no mercado financeiro, produtos de investimentos e negociação eletrônica. Caso deseje entender mais o que temos feito, entre em contato. Com boa implementação e ganho de escala em inovação, abre-se todo um mundo de inovação para o seu negócio.

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